Município de São Vendelino-RS
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Relógio do Corpo - Plantas Medicinais

Salsa

Petroselinum crispum (Mill.) Fuss

Salsa, salsa-de-cheiro, salsa-das-hortas, cheiro, salsa-cultivada, salsinha, cheiro-verde

Características gerais: Herva anual ou bienal, ereta, perenifólia, fortemente aromática, levemente entouceirada, de 15-30 cm de altura, nativa do sul da Europa. Folhas compostas pinadas, de formas variadas dependendo da cultivar ou variedade, de 3-10 cm de comprimento. Flores pequenas, de cor amarelo-esverdeada, reunidas em umbelas terminais dispostas acima da folhagem. Os frutos são aquênios, que para efeito de uso são considerados como as próprias sementes. Originária da região do Mediterrâneo e cultivado em todo mundo. Multiplica-se por sementes.

Usos: esta planta é possivelmente a mais universal de todas as ervas condimentares usadas na culminária de todo o mundo, havendo hoje dezenas de cultivares de variedades em cultivo com as mais diferentes formas e tamanhos de folhas. Das sementes é extraído um óleo essencial usado para aromatizar alimentos e em perfumaria. É também amplamente empregado na medicina tradicional em todo mundo, para a qual são utilizadas todas as suas partes. Na medicina tradicional é considerada diurética, emenagoga1, sedativa, emoliente e antiparasitária, sendo empregada nos casos de bronquite crônica, asma brônquica, dispepsia (digestão difícil). Suas raízes e sementes (frutos) são indicados para uso interno nos casos de problemas menstruais, cistite, edemas, pedras nos rins, prostatite, cólicas, indigestão, anorexia, artrites e reumatismo. Embora não existam dados científicos que comprovem as propriedades que lhe são atribuídas, há um grande número de receitas usadas popularmente. Assim, para eliminar cálculos renais e tratar inchaços (edemas), reumatismo, gota, e como diurético, deve-se tomar uma xícara pela manhã em jejum e outra à tarde, do chá parado adicionando-se água fervente a uma xícara das médias contendo uma colher das de chá de suas raízes picadas. Para regularizar o fluxo menstrual é recomendado tomar um cálice duas vezes ao dia do vinho de salsa, preparado juntando-se duas colheres das de chá dos frutos (sementes) a uma garrafa de vinho branco, deixando-se maceração por 10 dias. Contra abcessos, feridas, úlceras, chagas, picadas de insetos e para aumentar a lactação emprega-se a cataplasma2, preparado amassando-se em pilão três colheres das de sopa de folhas e hastes picadas, juntamente com uma colher das de chá de mel de abelhas, até formar uma pasta, que deve ser espalhada sobre gaze e colocada sobre a área afetada, três vezes ao dia. No nordeste o chá do tipo abafado (infusão), feito com a parte verde da planta é recomendada para o tratamento de varizes. O uso em excesso das preparações bebidas pode causar inflamação dos nervos, aborto, danos ao fígado e rim e hemorragia intestinal. As sementes não devem ser ministradas a mulheres grávidas e a pacientes com doenças renais. Na composição das sementes destacam-se óleos essenciais contendo principalmente apiol e miriscitina (90%) e um pouco de pineno, felandreno, dilapiol, algumas flavonas, os flavanoides apiinae epigenina e as vitaminas A e C. A parte verde contém, além do óleo essencial responsável pelo seu aroma característico, elevado teor de vitaminas do complexo B. Contem também as furanocumarinas bergapteno, xanthotoxina e psolareno, substâncias de ação fotossensibilizante, isto é, torna a pessoa muito sensível a exposição ao sol após uso mais ou menos intenso da suas preparações, por via oral e local, o que pode resultar em severas queimaduras, principalmente nas mãos e braços dos coletores da planta no campo. Seu uso deve ser evitado durante a gravidez pelo risco de provocar aborto.

Glossário de termos médicos botânicos

1 Emenagoga – que provoca menstruação; nas doses fortes é abortiva.

2 Cataplasma – papa medicamentosa usualmente aplicada entre duas peças de pano e colocadas sobre a pele.

Fonte: Plantas medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. Harri Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.