Município de São Vendelino-RS
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Relógio do Corpo - Plantas Medicinais

Funcho

Foeniculum vulgare Mill.

erva-doce, erva-doce-brasileira, erva-doce-de-cabeça, falsa-erva-doce, falso-anis, fiolho, fiolho- de-florena, fiolho-doce, funcho, funcho-bastardo, funcho-comum, funcho-doce, funcho- italiano, funcho-vulgar, pinochio

Características gerais: erva perene ou bienal, entouceirada, aromática, de 40-90 cm de altura, nativa da Europa e amplamente cultivada em todo Brasil. Folhas inferiores alargadas de até 30 cm de comprimento e superiores mais estreitas, com pecíolo alargado como bainha que envolve o caule, compostas pinadas, com folíolos reduzidos a filamentos. Flores pequenas, hermafroditas, de cor amarela, dispostas em umbelas compostas por 10-20 umbelas menores. Os frutos são oblongos, compostos por dois aquênios de cerca de 4 mm de comprimento.

Usos: a base da haste é empregada na culinária como legume, enquanto os frutos, vulgarmente chamados de sementes, têm sido empregados desde a mais remota antiguidade na forma de chá medicamentoso nos casos de problemas digestivos, como estimulante de funções digestivas, para eliminar gases, combater cólicas e estimular a lactação. Em sua composição química destaca-se o óleo essencial constituído principalmente de anetol (90- 95%), o que lhe confere o sabor e odor característico do anis, acompanhando de menores quantidades de metilchavicol, anisaldeído, linalol e outros derivados terpênicos oxigenados. Ocorre também óleo fixo, proteínas, carboidratos, ácidos málico, cafeico e clorogênico, além de cumarinas, flavonoides e esteroides. Suas propriedades determinadas através de ensaios de laboratório mostraram atividades de inseticida e antifúgica semelhante ao anetol, além de ser estimulante das funções digestivas, carminativo e espasmolítico; em uso concomitante com substâncias anticancerígenas evitou o aparecimento das reações secundárias próprias da quimioterapia. A luz solar provoca a transformação do trans-anetol, não tóxico em cis-anetol que é tóxico, com formação de dianetol e fotoanetol, que têm atividade estrogênica o que, de certo modo, explica a utilização desta planta nos casos de distúrbios menstruais e como lactagogo. O óleo essencial é empregado em farmácia para conferir sabor e odor agradáveis a medicamentos e em confeitaria na fabricação de licores e guloseimas.

Fonte: Plantas medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. Harri Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.