Município de São Vendelino-RS
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Relógio do Corpo - Plantas Medicinais

Carqueja

Baccharis trimera (Less.) DC.

Carqueja, carqueja-do-mato, bacórida, cacália, condamina, quina-de-condamine, tiririca-de- babado (BA), carqueja-amargosa, carqueja-amarga, bacanta, carque, cacália-amarga cacáia- amarga, vassoura (RS), vassourinha

Características gerais: subarbusto perene, ereto, muita ramificado na base, de caules e ramos verdes com expansões trialadas, de 50- 80 cm de altura, nativo do Sul e Sudeste do Brasil, principalmente nos campos de altitude. Folhas dispostas ao longo dos caules e ramos como expansões aladas. Inflorescência do tipo capítulo, dispostas ao longo dos ramos de cor, esbranquiçada. Com estes mesmos nomes populares e com características e propriedades similares são conhecidas as espécies nativas do Sul do Brasil Baccharis articulata (Lam) Pers. E Baccharis uncinella DC.

Usos: essa planta é amplamente utilizada no Brasil da medida caseira, hábito esteja dado de nossos indígenas que há séculos fazem uso da mesma para o tratamento de várias doenças. O primeiro registro escrito do uso no país data de 1931, informando o emprego da infusão de suas folhas e ramos para tratamento de esterilidade feminina e da impotência masculina e atribuindo-a propriedades tônicas, febrífugas e estomáquicas. A partir dessa época, o seu uso aumentou, sendo empregado principalmente para problemas hepáticos (remove obstruções da vesícula e fígado), contra disfunções estomacais (fortalece a digestão) e intestinais (vermífugo). Algumas publicações populares a recomendam ainda para o tratamento de úlcera, diabetes, malária, anginas, anemia, diarreias, garganta inflamada, vermes intestinais, etc. É recomendada para afecções estomacais, intestinais e hepáticas, na forma de infusão, preparado adicionando-se água fervente a uma xícara (chá) contendo 1 colher (sopa) de suas hastes e folhas picadas, na dose de 1 xícara (chá) 3 vezes ao dia, 30 minutos antes das refeições. As diferentes propriedades atribuídas a esta planta da medicina tradicional vem sendo estudadas por cientistas e algumas já foram validadas como consequência dos resultados positivos obtidos. As propriedades hepatoprotetoras, amplamente consagradas do uso popular, foram validadas num estudo farmacológico com animais em 1986 usando extrato aquoso cru desta planta. As propriedades digestivas, antiúlcera e antiácida foram validadas num estudo com ratos, mostrando que essa planta reduziu a secreção gástrica e teve um efeito analgésico. Mais recentemente seus efeitos analgésicos, antiúlcera e anti-flamatório, foram mais uma vez comprovados por outro estudo. Um estudo clínico conduzido em 1967 mostrou habilidade do extrato desta planta na redução dos níveis de açúcar no sangue, validando assim seu efeito hipoglicêmico.

Fonte: Plantas medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. Harri Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.